segunda-feira, 25 de março de 2013

UnB recebe estação do Glonass ( ГЛОНАСС )


Dia 19 de fevereiro, a Universidade de Brasília inaugurou a primeira estação fora da Rússia do sistema russo de monitoramento e correção diferenciada, que integra o Global Navigation Satellite System(Glonass).
Essa rede de informações é semelhante ao Global Positioning System (GPS) e serve para localizar posições na superfície terrestre utilizando 24 satélites espalhados pela órbita da Terra.
A instalação da base na UnB beneficiará pesquisas na área aeroespacial, desenvolvidas nos laboratórios de Automação e Robótica (LARA) e de Biomédica (LAB) da UnB.
A base russa na UnB é parte de uma parceria entre a Agência Espacial Russa (Roscosmos), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade. O acordo de cooperação entre as agências foi firmado em fevereiro de 2012.
10 vezes melhor
José Montserrat Filho, físico e chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB foi responsável pela aproximação com a Universidade. O físico conhecia o trabalho desenvolvido pelos professores Ícaro dos Santos e Geovany Borges, ambos do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB.
"Isso chamou a nossa atenção. Fomos muito felizes em colocar em prática esta parceria com a Universidade de Brasília", disse Gennady Saenko, vice-representante no Brasil da Roscosmos.
Para Ícaro dos Santos, coordenador do LAB, quando o projeto estiver concluído, em 2020, a precisão dos cálculos de posicionamento no planeta será melhorada em até 10 vezes.
"Teremos acesso aos dados brutos fornecidos pela estação. Assim, serão beneficiadas todas as nossas pesquisas sobre navegação de robôs, foguetes e veículos aéreos não tripulados, por exemplo", disse Ícaro.
Engenharia de precisão
Três especialistas russos vieram a Brasília instalar a estação no telhado do novo prédio do Centro de Processamento de Dados (CPD).
O equipamento trazido da Rússia conta com uma antena e dois racks com processadores, um para receber o sinal e outro para transmitir informações para sede do projeto a Rússia.
Até 2020, a Roscosmos espera ter 56 estações semelhantes a esta que está sendo montada na UnB. Outras 22 estações iguais às da UnB já funcionam em território russo, uma delas na Antártida.
Ivan Revnivykh, líder de engenharia da JSC Russian Space Systems, garante que o projeto facilitará qualquer engenharia de precisão, do atracamento de navios à construção de estradas e prédios, todos voltados para fins civis.
"Até o momento, temos excelente cobertura nos pólos norte e sul. As novas estações fora da Rússia precisam ser em regiões relativamente próximas à Linha do Equador, como aqui em Brasília", explica.
Além do tradicional GPS, dos Estados Unidos, e do Glonass russo, a Europa está criando seu próprio sistema, chamado Galileu, enquanto a China está criando o sistema Beidou.

Matéria publicada no portal "topografia.com.br"

quarta-feira, 6 de março de 2013

Pólos magnéticos da terra


     A propriedade pela qual alguns materiais conseguem atrair metais  é chamada magnetismo. Esse fenômeno era conhecido há muitos séculos e sempre intrigou sábios e cientistas em diferentes épocas. Acredita-se que os chineses tenham percebido que quando um imã é colocado livre para movimentar-se, assume sempre a mesma orientação (um lado aponta para o Norte e o outro para o Sul). Esse é o princípio do que hoje conhecemos como bússola.
      O alinhamento da bússola ocorre porque a Terra pode ser considerada um grande imã. Dividimos os imãs em dois pólos: norte e sul. Essa divisão tem um motivo histórico ligado às bússolas. A partir dos estudos sobre magnetismo, ocorridos somente nos últimos dois séculos, descobriu-se que o lado norte de um imã atrai o lado sul do outro e vice-versa. Se considerarmos a Terra simplesmente como um imã e admitirmos que a agulha da bússola está corretamente indicada perceberemos que o pólo norte geográfico para onde a bússola aponta é na verdade o pólo sul do grande imã chamado Terra. Caso contrário teríamos o pólo norte de um imã atraindo o norte de outro imã, o que não acontece. Devemos tomar cuidado para não confundir os Pólos Geográficos, os Pólos Magnéticos (do imã Terra) e as indicações da Bússola.
      Os Pólos Geográficos são os pontos onde os meridianos se cruzam. Meridianos são as linhas usadas para fazer a localização no globo terrestre. Os Pólos Geográficos são fixos e representam aproximadamente os pontos onde o eixo de rotação da Terra passa pela superfície.


      Pólos Magnéticos  são os locais de maior intensidade da força magnética gerada pela Terra na sua crosta. A origem dessa força tem relação com a eletricidade. Toda vez que uma carga elétrica realiza um movimento ela gera um campo magnético e toda vez que um campo magnético se desloca gera um campo elétrico. Esse princípio é muito usado em geradores e motores elétricos. O interior quente do nosso planeta é feito principalmente de ferro derretido misturado a outros materiais. O deslocamento e o atrito desses fluidos produzem corrente elétrica. Essas correntes geram campos magnéticos que novamente produzem correntes elétricas em um complexo efeito conhecido como dínamo auto-sutentado.
       As posições dos pólos magnéticos variam com o tempo. Por esse motivo a indicação da bússola não é exatamente o Norte Geográfico. A presença de certos minerais no solo também podem alterar essa indicação. Isso é chamado declinação magnética. Existem tabelas que mostram a declinação magnética de cada localidade em cada período. É comum encontrarmos o termo Norte Magnético em textos de Geografia. Este “Norte Magnético” nada mais é do que a indicação da bússola que aponta para um Pólo Magnético. Esse pólo, como vimos, é na verdade o Pólo Sul do grande imã chamado Terra.
      Além de serem importantes para a  localização, os Pólos também são importantes porque atraem partículas carregadas vindas do Sol. Esse efeito é responsável pelo fenômeno conhecido como Aurora Boreal.



 Escrito por Luiz Bruno Vianna e publicado no site InfoEscola.