Dia 19 de fevereiro, a Universidade de Brasília inaugurou a primeira estação fora da
Rússia do sistema russo de monitoramento e correção diferenciada, que
integra o Global Navigation Satellite System(Glonass).
Essa rede de informações é semelhante ao Global Positioning System (GPS) e serve para localizar posições na superfície terrestre utilizando 24 satélites espalhados pela órbita da Terra.
A
instalação da base na UnB beneficiará pesquisas na área aeroespacial,
desenvolvidas nos laboratórios de Automação e Robótica (LARA) e de
Biomédica (LAB) da UnB.
A
base russa na UnB é parte de uma parceria entre a Agência Espacial
Russa (Roscosmos), a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade.
O acordo de cooperação entre as agências foi firmado em fevereiro de
2012.
10 vezes melhor
José
Montserrat Filho, físico e chefe da Assessoria de Cooperação
Internacional da AEB foi responsável pela aproximação com a
Universidade. O físico conhecia o trabalho desenvolvido pelos
professores Ícaro dos Santos e Geovany Borges, ambos do Departamento de
Engenharia Elétrica da UnB.
"Isso
chamou a nossa atenção. Fomos muito felizes em colocar em prática esta
parceria com a Universidade de Brasília", disse Gennady Saenko,
vice-representante no Brasil da Roscosmos.
Para
Ícaro dos Santos, coordenador do LAB, quando o projeto estiver
concluído, em 2020, a precisão dos cálculos de posicionamento no planeta
será melhorada em até 10 vezes.
"Teremos
acesso aos dados brutos fornecidos pela estação. Assim, serão
beneficiadas todas as nossas pesquisas sobre navegação de robôs,
foguetes e veículos aéreos não tripulados, por exemplo", disse Ícaro.
Engenharia de precisão
Três
especialistas russos vieram a Brasília instalar a estação no telhado do
novo prédio do Centro de Processamento de Dados (CPD).
O
equipamento trazido da Rússia conta com uma antena e dois racks com
processadores, um para receber o sinal e outro para transmitir
informações para sede do projeto a Rússia.
Até
2020, a Roscosmos espera ter 56 estações semelhantes a esta que está
sendo montada na UnB. Outras 22 estações iguais às da UnB já funcionam
em território russo, uma delas na Antártida.
Ivan
Revnivykh, líder de engenharia da JSC Russian Space Systems, garante
que o projeto facilitará qualquer engenharia de precisão, do atracamento
de navios à construção de estradas e prédios, todos voltados para fins
civis.
"Até
o momento, temos excelente cobertura nos pólos norte e sul. As novas
estações fora da Rússia precisam ser em regiões relativamente próximas à
Linha do Equador, como aqui em Brasília", explica.
Além do tradicional GPS, dos Estados Unidos, e do Glonass russo, a Europa está criando seu próprio sistema, chamado Galileu, enquanto a China está criando o sistema Beidou.
Matéria publicada no portal "topografia.com.br"