O levantamento planialtimétrico consiste
na representação gráfica das informações planimétricas (ângulos) e altimétricas
(diferenças de nível), fornecendo com precisão
o maior número possível de dados de uma
determinada superfície. A planimetria representa os acidentes geográficos do
terreno em função de suas coordenadas planas (x,y). A altimetria, por sua vez,
fornece um elemento a mais, que é a coordenada (z) de pontos isolados do
terreno, cotados em relação à uma altitude pré definida. A planialtimetria,
como já diz o nome, junta as duas coisas numa única planta ou mapa, fornecendo
assim uma visão tridimensional da área através das coordenadas x, y, z.
Tentarei tratar do assunto sob a ótica da topografia, porém, não
esquecendo que o principal objetivo deste espaço é apresentar a informação de
forma que todos os leitores, profissionais da área ou não possam compartilhar.
Para tanto vou usar como exemplo a aplicação mais comum para esse tipo de
levantamento, que é a medição de um terreno para a construção de uma casa. Para
a realização desse trabalho eu uso um equipamento topográfico de extrema
precisão que é a estação total Topcon GTS 236W, já apresentada neste blog.
Imaginem um terreno que possua alguma inclinação tanto no sentido frente/fundo
como de uma lateral à outra. Com isso em mente, tentarei mostrar a vocês como
realizo este trabalho.
A primeira coisa a fazer será escolher
onde vou instalar a estação total. Procuro um ponto onde eu possa visualizar
todo o terreno, ou o máximo possível dele. Definido o lugar, baterei uma estaca
de madeira, devidamente sinalizada como o ponto de referência primordial do
trabalho. Ali instalarei a estação total, nivelarei o equipamento e realizarei
todas as configurações iniciais necessárias como a altura do aparelho,
coordenadas Norte (x) e Este (y) e Cota (z) do ponto estaqueado, que poderão
ser arbitradas ou reais. Depois, com o auxílio da bússola defino o norte
magnético, bato outra estaca nesta direção e realizo uma leitura que é chamada
de Ré. Nesse momento estou com o equipamento totalmente referenciado em relação
a dois pontos materializados no terreno e ao norte magnético da terra. Começo
então a realizar o levantamento propriamente dito. Primeiro meço todos os
marcos divisórios do terreno e o contorno da rua onde se encontra, com todos os
detalhes ali existentes (postes, bueiros, árvores, entradas de veículos, etc.).
Depois medirei pontos de cota ao longo de toda a área, fazendo um
esquadrejamento de modo que nada do relevo fique sem ser registrado. A
quantidade desses pontos de cota irá variar de acordo com os acidentes
geográficos encontrados e com o grau de precisão exigido pelo contratante. Será
registrado também tudo o que existir no terreno, como árvores, lagos, rochas,
etc. Todos os pontos medidos são devidamente denominados e armazenados na
estação e estão referenciados àquele ponto primordial. Na impossibilidade de
visualizar toda a área de um único ponto, mudo a estação de lugar quantas vezes
for necessário, sempre amarrando o
próximo ponto de trabalho ao anterior através de leituras de Vante e de Ré.
Basicamente, este é trabalho no campo.
Posteriormente, todos os dados coletados
em campo serão descarregados para o computador através de um software
específico de topografia, no meu caso uso o “Posição”, que é nacional e de
excelente qualidade. Esses dados são tratados (revisados e os cálculos
efetuados) e transformados em linguagem compatível com algum sistema “CAD”,
onde as plantas são desenhadas gerando então um arquivo em “3D”, que é o
subsídio necessário para que os arquitetos e engenheiros possam projetar
apoiados nos mais modernos recursos tecnológicos. As fantásticas maquetes
eletrônicas em 3D apresentadas hoje pelos arquitetos, não seriam possíveis sem
esse levantamento.
Espero ter clareado um pouco este tema
aos meus amigos leitores.
Antônio Eduardo