quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sobre locação de sapatas

      Aproveito a oportunidade cedida pelo meu irmão, em seu blog, para falar da utilização prática da topografia em locação de sapatas de um prédio que acompanhei como coordenador de obras em Ouro Branco-MG.
      Logo após o curso que fizemos no Rio de Janeiro, tive a chance de acompanhar em campo a locação de 30 sapatas de um prédio de 4 andares, conforme mostra a foto.
      Os conhecimentos adquiridos foram de grande valia nesta etapa, já que o terreno tinha um desnível superior a 6 metros e o número de sapatas era bem grande.  A grande dificuldade encontrada foi a indisponibilidade durante todo o trabalho, de instrumentos precisos, como a estação total. Assim, aliamos os conhecimentos teóricos à prática ainda um tanto rudimentar usada pelos oficiais da obra, utilizando níveis de mangueiras, trenas, esquadros, linhas de medição para centralização das sapatas e marcação nas tabeiras, etc.
      Os equipamentos precisos, hoje utilizados, foram desenvolvidos em função das necessidades práticas e do desenvolvimento urbano, após anos de estudos de profissionais de engenharia e de diversas áreas afins; mas não podemos descartar o conhecimento prático dos oficiais que executam as obras, adquiridos com muita disposição, suor e trabalho ao longo de suas vidas.
      Foi um trabalho gratificante e o resultado foi surpreendente, pois aprendi muito com esta atividade em campo.
Agradeço e ...Mãos à obra.
                                                                                                                                        Ronaldo Salles  



      Este artigo foi escrito pelo meu querido irmão Ronaldo, a quem agradeço por esta publicação e também pelos momentos de companheirismo nesta jornada. Ele é o primeiro de uma série de posts que serão publicados por convidados muito especiais, que vocês terão a oportunidade de compartilhar neste espaço. Dentre estes convidados quero destacar a presença do estimado amigo Alexandre Brigatto, a quem não citei com destaque nos agradecimentos iniciais (e por isso peço desculpas), mas que jamais foi esquecido e que espero em breve divida conosco seus conhecimentos de terraplanagem e engenharia.
      Abraços.                                                                                                                     Antônio Eduardo



domingo, 16 de setembro de 2012

Aplicações da Topografia


      Uma amiga e leitora sugeriu que eu escrevesse explicando para as pessoas que nunca tiveram contato com o tema onde se aplica a Topografia na vida prática. Na verdade a topografia é o estudo que se faz de uma determinada superfície, com todos os seus acidentes geográficos naturais ou não, representado graficamente através de plantas e com exatidão o seu relevo, suas medidas de área e perímetro, seus ângulos,etc.


      Toda vez que vamos edificar algo, seja uma casa, um prédio, uma estrada ou uma barragem precisamos antes analisar o terreno no qual vamos construir. Hoje com a tecnologia existente praticamente todos os arquitetos e engenheiros pedem um levantamento topográfico do terreno para que com esses dados possa projetar. Isso garante a eles maior  precisão nos  seus projetos e a seus clientes maior satisfação e economia de  mão de obra e  materiais. Em outra fase da obra chamada locação a topografia também é muito usada. Consiste em localizar com precisão a fundação da edificação dentro do terreno .  Outra aplicação muito comum é a demarcação e conferência de divisas de terrenos, sítios e fazendas para confrontação com dados de escrituras e requerimento de usucapião.  Nos projetos de terraplanagem a topografia tem uma importancia imensa, começando pelo levantamento da área, determinando cortes e aterros e calculando o volume de terra movimentado. A implantação de novos loteamentos e condomínios nos dias de hoje é impensável sem o uso da topografia.  Estas são algumas de suas muitas aplicações.


      Espero ter conseguido mostrar de maneira clara a importância da topografia no dia a dia das pessoas.  Volto com novidades.

                                                                                                                                         Antônio Eduardo

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Bússola

    Hoje vou usar este espaço para falar de um dos instrumentos mais simples e antigos que se tem conhecimento usado pelo homem para localização geográfica: a bússola.
       A bússola nada mais é do que uma agulha imantada equilibrada sobre um eixo de livre movimento que sempre aponta para o pólo norte magnético da terra. Geralmente esse mecanismo simples é instalado dentro de uma cápsula de líquido transparente. Uma das primeiras bússolas conhecidas foi desenvolvida pelos chineses por volta de 1.040 d.c. e chamava-se Si Nan (O Governador do Sul). Era composta por uma base quadrangular representando a terra, um círculo no centro dessa base representando o céu e uma concha de magnetita (mineral magnético composto de óxidos de ferro), cujo cabo apontava para o sul, simbolizando a constelação da Ursa Maior. Como a concha era bastante imprecisa os chineses começaram a magnetizar agulhas ganhando assim mais precisão e estabilidade. Por volta do século XII eles passaram a usar a bússola na navegação. Os árabes se encarregaram de espalhar a invenção pelo velho mundo, culminando com a sua utilização pelos portugueses na execução das cartas náuticas que possibilitaram as grandes navegações.




      São vários os tipos de bússolas existentes na atualidade, porém todas se baseiam naquele mesmo princípio descoberto pelos chineses, de forma que escolhi mostrar com mais detalhes a que eu uso nos meus trabalhos de topografia que é uma "Bússola Profissional Tipo Militar K4074".




 Estes são os componentes básicos do equipamento: 

*Escala métrica graduada - sobreposta sobre um mapa de navegação serve para calcular a distância entre dois pontos baseado na escala do mapa e traçar linhas de navegação;
*Anel graduado ou limbo - com valores que vão de 0° a 360° serve para determinar os azimutes magnéticos, que são valores angulares que vão do norte até um ponto escolhido como referência para navegação ou marcação;
*Linha de fé ou seta de rumo - linha de visada que serve para orientar a navegação ou para referenciar um ponto depois de determinado o azimute;
*Agulha imantada - Sempre aponta na direção do norte magnético. Neste modelo está conjugada com uma rosa dos ventos e escala de 0° a 360°;
*Ocular - Lente de leitura que permite a visualização do ângulo de azimute;
*Nível de bolha - serve para nivelar o aparelho e propiciar precisão na leitura;
*Anel de empunhadura - argola para encaixe do dedo polegar permitindo que o aparelho seja segurado na posição horizontal sem obstrução do ocular e melhorando a visada;
*Fenda de pontaria - através dela é possível o perfeito alinhamento do ângulo de azimute visualizado pelo ocular com a linha de fé;
*Clinômetro de pêndulo - aparelho acoplado à bússola que serve para medição do ângulo de uma rampa com escala de 0° a 90°.




      Embora nos dias de hoje, em função de equipamentos modernos como as estações totais eletrônicas,  o uso da bússola na topografia quase se resuma na determinação do norte magnético, não podemos esquecer que com um equipamento como esse aqui apresentado é possível fazer levantamentos topográficos bastante precisos desde que se detenha os conhecimentos teóricos necessários. O que mais me encanta na bússola é a sua simplicidade mantida através dos séculos e de ela não precisar de baterias, satélites, combustíveis, de nada para funcionar além de estar em qualquer ponto do nosso planeta.
      
      Numa outra matéria pretendo aprofundar o assunto tratando de norte verdadeiro e norte magnético e das declinações magnéticas e seus efeitos. Deixarei alguns links legais para os leitores que queiram saber mais sobre o assunto. Até a próxima.

                                                                                                                                         Antônio Eduardo



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Amizade e Gratidão

      
      Eu vou começar esta postagem falando daquelas pessoas que a gente encontra pelo caminho e que nos oferecem a sua amizade sem esperar nada em troca, e também das que estão ao nosso lado em todos os momentos e em todas as situações sempre apoiando as nossas escolhas. Na verdade quero agradecer.
      Primeiro à minha querida esposa Cláudia por acreditar neste sonho e com sua força e fé ter me ajudado a torná-lo realidade. Ao meu irmão Ronaldo por ter partilhado e vivido comigo os dias de aprendizado no Rio de Janeiro, teria sido imensamente mais difícil sem ele. Ao amigo e padrinho Fernando por tudo que me ensinou e continua ensinando nas aulas de Autocad e com seus conhecimentos de engenheiro cartógrafo. Ao amigo Jorge Couri que dedicou vários dias de seus fins de semana a me ajudar nos treinamentos. Ao sobrinho Diego com seu bom senso e visão de jovem arquiteto. Ao sobrinho André com seu irrestrito apoio de amigo e incentivador, que com seus conhecimentos de jornalista  muito me ajudou na construção deste blog. Ao sincero amigo Erick Figueira com quem passei ótimas horas de bate papo, cerveja e formatação de computadores, e a muitos outros amigos e familiares com seu apoio verdadeiro.
      Por fim não posso deixar de falar de uma das pessoas mais importantes deste caminho que é o hoje amigo e parceiro na Topografia Lauro Cantarino. Conheci o Lauro quando o contratei para realizar um serviço de topografia e foi aí que tudo começou, o meu interesse, as minhas primeiras informações sobre o tema e todas as coisas que vieram a seguir. Bastaram algumas conversas para que o amigo se revelasse e me oferecesse todo o apoio que eu precisava para iniciar esta jornada. Muitos foram os dias de estágio ao seu lado e de seu auxiliar Benedito, que também muito me ajudou e ensinou. Me parece muito fácil oferecer apoio e ajuda a aqueles que já conhecemos e gostamos, mas ter este gesto com quem mal conhecemos só se explica por uma imensa generosidade. Isso é o amigo Lauro. Jamais esquecerei.
       A todos ofereço a minha gratidão. Até breve.       
                                                                                                                                         Antônio Eduardo

domingo, 2 de setembro de 2012

Estação Total Topcon GTS - 236W

Vamos abordar neste post as características da Estação Total Topcon GTS - 236W que eu uso em meus trabalhos. Equipamento de fabricação japonesa, considerado uma das melhores séries fabricadas pela marca. Aparelho robusto, de manuseio prático e simples, com excelente nível de precisão e que atende a praticamente todas as necessidades de um topógrafo no campo. Atualmente, a Topcon e a Leica são as marcas mais difundidas no mercado mundial. Segue algumas descrições técnicas deste aparelho:

*Estação total eletrônica wireless/bluetooth
*Leitura direta de 1 segundo e precisão de 6"
*Display de cristal liquido com menu em português
*Alcançe de 3000m com 1 prisma e 4000m com uso de 3 prismas
*Precisão linear de 2mm + 2ppm
*Compensador do eixo vertical e horizontal
*Prumo a laser no corpo da estação total
*Luz de guia para alinhamento do auxiliar na locação
*Memória para 8000 pontos com todos os atributos ou 16000 pontos de coordenadas
*Define 30 arquivos de obras separados por arquivos
*Interface com os principais softwares do mercado
*À prova d'água e poeira na categoria IP66 conforme norma internacional IEC529
*Programa para coleta de dados, locação, cálculo de coordenadas, cálculo de área, intersecções à ré, distância de ponto à reta, elevação remota e excêntricos
*Montagem de biblioteca com 50 códigos (Poste, guia, cerca etc)

Amigos leitores, este foi o equipamento que eu escolhi para os meus trabalhos e atende muito bem às minhas demandas no campo. Dentre as estações totais convencionais, eu defino como um excelente aparelho e que gosto muito de trabalhar. Espero que as informações sejam úteis, em breve trarei novidades do mundo topográfico.
Antônio Eduardo

sábado, 1 de setembro de 2012

Um pouco de história da Topografia

Topografia (do grego topos = lugar, local e graphein = descrição), significa a descrição minuciosa de uma localidade (área específica). Tem relação com o homem desde o inicio da humanidade, visto a necessidade de descrever o meio em que vive.
Historicamente, não seria possível determinar o início da topografia, mas quando o homem deixou de ser nômade e passou a fixar moradia, a topografia já estava presente nas atividades e na determinação do espaço físico utilizado.
O Velho Testamento contem freqüentes referências ao direito de propriedade e mesmo os babilônios certamente praticavam alguma técnica de topografia. A prova para tal afirmação são mapas da Babilônia inscritos em tábuas encontrados por arqueólogos com idade estimada de 2500 a. C.

Os egípcios utilizavam técnicas de topografia para assistência nos projetos de sistemas de irrigação; construção de pirâmides e de prédios públicos; entre outras obras. Um exemplo da exatidão nos trabalhos topográficos realizados na época egípcia são as dimensões da Grande Pirâmide de Gizé, com erro de apenas 20 cm para uma base de 228 m. Supõe-se que os “esticadores-de-cordas” marcavam os lados das pirâmides com suas cordas e chegavam ao formato quadrado medindo as diagonais.

Dos tempos romanos até a era moderna foram poucos os avanços na arte da topografia, mas nos últimos séculos surgiram lunetas, teodolitos, medidores eletrônicos de distâncias, computadores, sistemas de posicionamento global por satélites e muitos outros dispositivos.
Certamente, nas próximas décadas, muitos outros equipamentos serão criados e aperfeiçoados, auxiliando e facilitando a vida do profissional que trabalha com topografia.
Edésio Elias Lopes - departamento de engenharia civil na Universidade Federal de Santa Catarina